PODER, TERROR PAZ E GUERRA - OS ESTADOS UNIDOS E O MUNDO CONTEMPORÂNEO SOB AMEAÇA

>> quarta-feira, 7 de março de 2012


Abrindo o tema de literatura econômica no Blog Corecon Acadêmico, começamos não com um livro sobre economia propriamente dito, mas sobre política. As ações de política externa dos países definem a relação com outros países, aliados ou adversários, tratados internacionais e assuntos de relevância para a comunidade internacional e população local, principalmente, levando em consideração o desenvolvimento econômico, segurança nacional e os interesses da nação.

Em Poder, Terror, Paz e Guerra: Os Estados Unidos e o Mundo Contemporâneo Sob Ameaça, Walter Russel Mead, analista da política externa norte-americana, aponta mudanças na dinâmica capitalista, da transição do modelo fordista para o ‘’capitalismo do milênio’’ e as ações externas do governo norte-americano diante desta transição.

O capitalismo fordista do pós-Segunda Guerra é pautado pelas intervenções estatais, produção e consumo em massa, presença de monopólios e oligopólios; enquanto o milenismo ou capitalismo do milênio, defende  a livre competição, o individualismo;

Frente a esta transformação nas estruturas do sistema os Estados Unidos, defende Mead, foram capazes de melhor se adaptar às mudanças. Chegamos aqui a um ponto interessante, à medida que os poderes econômico e militar norte-americano crescem dada a nova conjuntura política internacional, cresce também o antiamericanismo dos opositores que mais sofrem danos devidos a esta transição. O autor diz da manutenção do poder não-coercitivo - chamado de poder encantador - o poder ideológico-cultural, que impulsiona os agentes a desejar os mesmo objetivos da nação norte-americana. A interação ente os poderes econômico – poder pegajoso; militar – poder vigoroso; estes poderes de ação coercitiva, que forçam os agentes agirem da maneira desejada, juntamente com o poder encantador, trariam aos Estados Unidos a hegemonia em definir a agenda de assuntos de interesse global.

Os atentados de 11 de Setembro abalaram as bases políticas norte-americanas, o símbolo do comércio mundial caiu por terra mostrando as fragilidades do país. Os argumentos do governo Bush para deflagrar a guerra contra o Iraque foram a preocupação de Saddam Hussein supostamente ter posse de armas de destruição em massa, sendo que não encontradas fragilizou a imagem do governo frente a opinião pública; uma declaração aos opositores do Oriente-Médio, que qualquer ataque ou impedimento aos interesses nacionais seriam duramente oprimidos; e uma possível ‘’reconstrução’’ da região, com o Iraque sendo a primeiro Estado democrático árabe, levando os outros países ao mesmo, afinal ‘’o progresso econômico e a liberdade democrática são contagiosos’’.

As diferentes correntes ideológicas da política dos Estados Unidos defendem estratégias diferentes para a manutenção do país como atuante e líder de alianças internacionais. Qual está certa ou errada, não nos cabe definir no momento, devemos primeiro buscar entender como funcionam.

Walter Russel Mead incita o leitor ao debate da nova relação dos Estados Unidos com o mundo em plena transformação do sistema capitalista.


Victor Paulo Archanjo de Paiva
Graduando em Ciências Econômicas
Universidade Federal de Goiás

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